1. A seção nominal de um condutor é a mesma coisa que a seção geométrica do mesmo?
Não. Essa seção nominal não deve ser confundida com seção geométrica (área da seção transversal).
A seção nominal está vinculada ao seu valor máximo de resistência elétrica a 20º C ( /km) e, em muitos casos, também é complementada por outras características, como quantidade mínima de fios ou diâmetro máximo dos fios que compõem.
A seção nominal é dada em milímetros quadrados, de acordo com o padrão IEC (International Electrotechnical Commission ou Comissão Eletrotécnica Internacional), sendo caracterizada pela norma NBR NM 280, em função da Classe do condutor.
2.Cabo é melhor que fio?
Depende da utilização. A única diferença que existe é a flexibilidade, pois a capacidade de corrente é a mesma, ou seja, um fio 1,5 mm², um cabo 1,5 mm², ou um cabo flexível 1,5 mm², possuem a mesma capacidade de condução de corrente.
Resumindo, a capacidade de corrente é a mesma para as mesmas seções nominais, independentemente da classe do condutor.
O que vai definir a classe a ser utilizada é a aplicação e/ou a preferência do projetista ou instalador.
3.Existe algum padrão de cor para condutores elétricos?
Sim, existe. A cor azul clara deve ser utilizada para os condutores neutros, e os condutores nas cores verde ou verde/amarelo, também conhecidos como Brasileirinho, devem ser utilizados para o condutor terra.
As demais cores possuem uso livre. Essa regra é dada pela norma técnica NBR 5410 – Instalações elétricas de baixa tensão.
4.Qual é a seção mínima para ser utilizada em tomadas e nos circuitos de iluminação?
De acordo com a norma técnica NBR 5410, a seção mínima para as tomadas de uso geral é 2,5mm² e para os circuitos de iluminação é 1,5mm².
Não há problema em utilizar uma seção nominal superior; ela só não pode ser inferior.
5.Como é a divisão de classes de condutor?
A classe define se o condutor é um fio, cabo (rígido) ou cabo flexível.
A Classe 1 representa o fio sólido, a Classe 2 designa os cabos rígidos.
A classe 4 e 5 representam os cabos flexíveis, sendo a Classe 5 mais flexível que a 4, mas nem sempre essa diferença é perceptível.
6.Quais as temperaturas máximas de operação dos condutores fabricados de acordo com a NBR NM 247-3?
Regime permanente: 70 °C Regime de sobrecarga: 100 °C Regime de curto-circuito: 160 °C
7.Como converter a unidade AWG para mm²?
É só utilizar a tabela de conversão abaixo, que representa a conversão da norma EB-98, que já foi cancelada e substituída, para a NBR NM 280 que é a norma vigente, ambas emitidas pela ABNT.
Essa tabela não é válida para a conversão baseada nas tabelas NEC – National Electrical Code, que segue o padrão americano.
Tabela de Conversão
AWG
mm²
20
0,5
18
0,75
16
1
14
1,5
12
2,5
10
4
8
6
6
10
4
16
2
25
1
35
1/0
50
3/0
70
250
95
300
120
350
150
500
152
600
240
800
300
8.Como definir a capacidade de corrente nos condutores?
Extraída da norma NBR 5410:2004, a tabela abaixo descreve a capacidade de corrente, em ampéres (A), para condutores de cobre com isolação de PVC (70°C), para os métodos de referência B1 e B2.
B1: Condutores isolados ou cabos unipolares em eletroduto de seção circular embutido em alvenaria. B2: Cabo multipolar em eletroduto de seção circular embutido em alvenaria.
SEÇÃO NOMINAL mm²
B1
B2
2 CONDUTORES CARREGADOS
3 CONDUTORES CARREGADOS
2 CONDUTORES CARREGADOS
3 CONDUTORES CARREGADOS
0,5
9
8
9
8
0,75
11
10
11
10
1
14
12
13
12
1,5
17,5
15,5
16,5
15
2,5
24
21
23
20
4
32
28
30
27
6
41
36
38
34
10
57
50
52
46
16
76
68
69
62
25
101
89
90
80
35
125
110
111
99
50
151
134
133
118
70
192
171
168
149
95
232
207
201
179
120
269
239
232
206
150
309
275
265
236
185
353
314
300
268
240
415
370
351
313
300
477
426
401
358
400
571
510
477
425
500
656
587
545
486
9.Como dimensionar o condutor a ser utilizado em circuitos com longa distância entre a caixa de disjuntores e os equipamentos que estarão em funcionamento?
Em nenhum caso a queda de tensão nos circuitos terminais pode ser superior a 4%, mas quedas de tensão maiores são permitidas para equipamentos com corrente de partida elevada, durante o período de partida, desde que dentro dos limites permitidos em suas normas respectivas.
Abaixo está a tabela de queda de tensão para produtos isolados em PVC 70 °C e temperatura ambiente de 30 °C, instalados conforme método de referência B1.
Seção nominal (mm²)
Queda de tensão para cos Ø = 0,8 (V/A.km)
Conduto não-magnético
Conduto Magnético
Circuito monofásico
Circuito trifásico
1,5
23,3
20,2
23
2,5
14,3
12,4
14
4
8,96
7,79
9
6 10
6,03 3,63
5,25 3,17
5,87 3,54
16
2,32
2,03
2,27
25
1,51
1,33
1,5
35
1,12
0,98
1,12
50 70
0,85 0,62
0,76 0,55
0,86 0,64
95
0,48
0,43
0,5
120
0,40
0,36
0,42
150
0,35
0,31
0,37
185
0,30
0,27
0,32
240
0,26
0,23
0,29
Queda de tensão (V) = queda de tensão tabelada (v/a.km) X corrente do circuito (A) X comprimento (km)
Queda de tensão em % = Queda de tensão (V) / Tensão do circuito (V) X 100